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domingo, 8 de junho de 2014

O Desemprego substituiu o Chicote

O desemprego substituiu o chicote
      Desde há milénios que a escravidão tem marcado a história da humanidade. Apesar de ainda haver quem pense que acabou, nomeadamente com a abolição, por lei, da escravatura dos negros, a escravatura persiste nas mais variadas formas. De facto, a escravidão não se restringe à prática social em que um ser humano exerce direitos de propriedade sobre outro designado por escravo, impondo tal condição por meio da força. Um dos expoentes máximos dessa prática consistia no uso do chicote. Agora, o chicote já não é preciso. Vejamos como agora se escravizam as pessoas:
O Desemprego é um Crime Político, Social e…, Económico!
Valores incríveis, que espelham os CRIMES cometidos pelos políticos portugueses, em somente 4 anos, de 2001 a 2004:
Tipo de Perda
Milhões (€)
PIB perdido (não se produziu, devido ao desemprego)
44.159
IVA perdido (devido ao desemprego)
3.268
Contribuições e descontos perdidos (idem)
6.137
Quantia que a Segurança Social não recebeu (idem)
11.125
Subsídios de desemprego pagos
4.988
TOTAL
69.677
Os quase 70 mil milhões de euros perdidos (69.677) correspondem a cerca de 40% do PIB de 2012. Tendo o desemprego aumentado de 2005 até 2013, ultrapassando no presente mais de um milhão, o valor acumulado será agora enorme, muito superior ao PIB actual. Daria para pagar toda a nossa dívida. Não é um crime? Porque continuam apostando no desemprego? É, porque gostam de escravizar, de pisar o seu semelhante! Sim, desde 2004 há mais, muito mais de perdas. Só entre 2011 e 2013, Portugal perdeu seis por cento do seu PIB. Nestes três anos, Portugal perdeu mais nove mil milhões de € às mãos da recessão causada pela austeridade e políticas agressivas contra os salários, conforme o boletim de inverno do Banco de Portugal (BdP). Entretanto, estamos a pagar uma dívida que é, hoje, 40 mil milhões superior em relação àquela que era em 2011. Mas, porque é que o desemprego sobe? Muitos economistas e comentadores nos OCS apontam variadíssimas razões: económicas, políticas, sociais e culturais. Algumas dessas justificações até serão “encomendadas” por alguns órgãos de poder, para manipularem a opinião pública (é tão fácil enganar os rebanhos com prados verdejantes…). Eu, colocaria à frente de todas essas razões a incompetência e a corrupção, ambas resultantes dum factor quase imutável – a condição humana. Sim, esta é um diamante em bruto, opaco, que se lapida ao longo da vida tornando-a mais ou menos brilhante, mas que infelizmente em quase nenhum actual governante tal lapidação ocorreu. De facto, a incompetência genética destes governantes, associada à demagogia do desenrasque que aplicam na gestão da coisa pública, catapulta qualquer país para um Estado sem rei nem roque. Por outro lado, a corrupção, visando a satisfação do egoísmo e egocentrismo dessa condição humana, vem delapidando o erário público através dum clientelismo infindável.
Assim, o esclavagismo actual, diferente do clássico, utiliza o desemprego em substituição do chicote, tornando as pessoas dóceis, dependentes, submissas e aceitando quaisquer condições laborais para levar para casa umas míseras centenas de euros no final do mês. Centenas de euros, que acaba por ter que gastar nos monopólios instalados pelo capitalismo: água, luz, gás e gasolina, transportes, hipermercados, farmácias, etc. Sobra-lhe uns trocos, para se alienar nas telenovelas e futebóis, não tendo assim qualquer hipótese pela estupidificação em que se precipita. Só não percebo como é que nalguns países isto não acontece, como nos casos da Islândia, Israel, Inglaterra, etc., etc. Será que nesses países a cultura influenciou a condição humana? Será que é por começarem por I? E se Portugal se chamasse Iortugal?
ANOS
Subsídios de desemprego pagos
Milhões €
2001
869
2002
980
2003
1.477

Nota: Podem consultar os dados transcritos de artigo apresentado pelo economista Eugénio Rosa, em: http://resistir.info/portugal/custos_desemprego.html