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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Roubado no Público e no Privado!


Neste final de 2013 e início de 2014 passaram-se comigo (ninguém me contou) duas situações que faço questão de vos relatar principalmente porque no caso da primeira é muitíssimo provável que também estejam a ser fortemente penalizados (roubados mesmo) e que, tal como eu, possam reverter a situação. Vamos lá então aos factos :

1. SEGURO OBRIGATÓRIO DA CASA (vulgarmente conhecido pelo Seguro das Paredes e Partes Comuns).

Adquiri em 2003 a minha casa contraindo um empréstimo à CGD que, de imediato, se "prontificou" a fazer o respectivo seguro através da sua companhia afiliada FIDELIDADE. Na altura adquiri a casa por 145.000 euros e o Seguro que me fizeram, o tal obrigatório, das paredes, foi feito exactamente por esse valor.... 145.000 euros. Fiquei a pagar anualmente cerca de 140 euros por esse seguro. Os anos foram passando e anualmente sempre que me chegava a factura para pagar eu verificava que o valor de base (os iniciais 145.000 euros) eram alterados, para mais, numa percentagem que nunca entendi muito bem mas que por ser relativamente pequena, confesso, nunca fui indagar. Naturalmente que em face do aumento desse valor de base, o valor que eu pagava anualmente ia, também ele, sendo superior. E foi assim até ao final de 2013, altura em que o valor de base que me veio na factura era já de 192.530 euros (comparem com o valor inicial de 145.000). Em face deste valor de 192.530 euros o "prémio" (é assim que lhe chamam) a pagar seria agora de 212 euros (comparem com os 140 euros iniciais). Liguei para a FIDELIDADE e coloquei-lhes a questão. Mas que valor é este de 192.530 euros???? Imagino que seja o valor pelo qual a minha casa está agora segura! Por outras palavras, se eu tiver um tremendo azar e ficar sem casa, é esse o valor pelo qual sou ressarcido???? Resposta! "Terá de falar com o seu Banco" (!?!?!?!?). Ainda retorqui referindo que o meu contrato do Seguro é com a FIDELIDADE mas de nada me valeu. "Terá de falar com o seu Banco". Se desconfiado estava... mais fiquei. Fui à CGD e coloquei a questão. Resposta! Um sorriso comprometedor do empregado que me atendeu seguido de um lacónico "hoje, acredite, é a terceira pessoa que atendo pela mesma questão". Resultado, para abreviar.... A Companhia de Seguros iniciou o Seguro por 145.000 euros e todos os anos aplica uma taxa de aumento "segundo as tabelas internas em vigor" e isso faz com que o valor base vá subindo indefinidamente e, com ele, o "prémio". Pior! Quando coloquei a questão do poder ter um "azar" e me ressarcirem pelo valor que consta na apólice foi-me taxativamente dito o seguinte : "Nem pensar! O que a FIDELIDADE lhe daria é o valor de avaliação "das paredes" e esse valor.... ora deixe lá ver..... é.... 88.000 euros!". O tal valor de 192.530 resulta da actualização anual segundo as ditas "tabelas internas de referência" mas na realidade o valor pelo qual seria ressarcido é de 88.000 euros (consulta feita algures pelo empregado no sistema). Mas pior ainda! Sim. Há sempre hipótese de ser pior. É que mesmo no contrato original o valor de base NUNCA deveria ter sido 145.000 euros. Porquê? Simples. Porque 145.000 euros foi o custo total de aquisição e nesse custo, mesmo sendo um apartamento, está incluído, naturalmente, o valor do terreno, da urbanização, das infraestruturas, etc. Moral da história. Andei a ser roubado, como conluio da CGD, pela FIDELIDADE durante 10 anos. Andei a pagar um valor altíssimo por um valor base que NUNCA em circunstância alguma me seria ressarcido mesmo em caso de perda a 100% do meu apartamento. Refiz o seguro para os ditos 88.000 euros (o valor máximo que poderei vir a receber se tiver um azar) e fiquei a pagar de "prémio" menos de metade. Não querem dar uma vista de olhos ao vosso actual seguro "de paredes"???????????

2. DECLARAÇÃO DE NÃO HIPOTECA DE UM CARRO (passada na Conservatória do Registo Automóvel).

Fui hoje mesmo à Conservatória do Registo Automóvel da área onde resido pedir uma declaração (que me foi exigida pelo comprador de um carro dado como "perda total") que comprovasse em como não há sobre esse carro nenhuma hipoteca ou qualquer penhora. Cheguei à Conservatória, disse ao que ia, pediram-me a matrícula (apresentei o livrete). A srª digitou a matrícula à minha frente e de imediato saiu na impressora uma folha A4 com a matrícula e a referência "Não existem quaisquer processos pendentes". Terminou???? Claro que não! A srª deu-me esse papel e disse-me. São 5 (CINCO) Euros! Uma folha A4 escrita de um único lado e com 4 linhas! CINCO EUROS! E tudo isto na Conservatória (Organismo Público)! UM ROUBO! Um enorme ROUBO! Cada vez mais pergunto, mesmo sabendo e muito bem a resposta, para onde estão a ir os meus e, já agora, os vossos impostos??????

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